domingo, 26 de junho de 2011

Descaminhar

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Quando um descaminho acha o seu desvio tudo se alivia - Marisa Monte/Arnaldo Antunes

Desconfiei que todo o sentido do meu descaminho
rumo e significado
andasse escondido no silêncio tímido e confortável
do não vivido não escrito não falado
Na minha palavra pouca
Na minha vontade rouca
No meu sorriso forçado

Desconfiei que o meu silêncio quebrado
pacífico e justificável
andasse engolindo escondido certos sapos:
Não-quisto, Não-sentido e Não-pensado.

Mas descaminho não tem rumo,
o desvio alivia seu significado
Enquanto os sapos não digeridos coaxam
Quebrando o meu silêncio quebrado

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Desvario fruto de um domingão típico de fim de período, com mil tarefas acadêmicas e domésticas por fazer. E excesso de Marisa Monte, é claro.